Introdução
Você sabia que o rendimento de uma criança pode variar de um dia para o outro? Um dia ela está concentrada, participativa e cheia de energia; no outro, parece dispersa, irritada e sonolenta. A resposta para essa mudança pode estar mais perto do que imaginamos: no prato.
A alimentação tem um impacto direto no foco, na memória e no comportamento infantil, e a ciência já comprovou o quanto os nutrientes certos (ou a falta deles) interferem no aprendizado. O cérebro da criança está em formação constante e, assim como precisa de estímulos pedagógicos, precisa também de combustível de qualidade.
Mas como essa relação funciona na prática? E o que a escola pode fazer para ajudar a garantir que as crianças aprendam com mais atenção e disposição?
O que a ciência diz sobre foco e nutrição
Diversos estudos apontam que o cérebro infantil consome até mais que 20% da energia total do corpo, e essa energia vem dos alimentos. Isso significa que carboidratos complexos, proteínas, vitaminas e minerais são essenciais para manter o bom funcionamento cognitivo.
Alguns exemplos:
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O ferro é fundamental para o transporte de oxigênio ao cérebro; sua deficiência pode causar fadiga e falta de concentração.
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O ômega-3, presente em peixes e sementes, está relacionado ao desenvolvimento da memória e à regulação do humor.
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A vitamina B6 e o magnésio contribuem para o equilíbrio emocional e para a boa comunicação entre os neurônios.
Por outro lado, o excesso de açúcar e ultraprocessados está associado à oscilação de energia e à dificuldade de manter o foco. Alimentos ricos em corantes, conservantes e gordura saturada podem interferir na capacidade de atenção e aumentar a agitação, algo muito perceptível em sala de aula.
O reflexo disso na escola
O comportamento alimentar das crianças se reflete diretamente no ambiente escolar. Professores relatam que, após o recreio, muitas turmas ficam mais agitadas ou desmotivadas, e isso tem explicação biológica. Quando o lanche é composto por biscoitos, refrigerantes ou doces, há um pico rápido de glicose, seguido de uma queda brusca, o que gera irritabilidade e falta de concentração.
Crianças bem alimentadas, por outro lado, têm melhor desempenho em leitura, resolução de problemas e interação social. Um estudo publicado na Frontiers in Nutrition mostrou que o equilíbrio nutricional está ligado à melhora nas funções executivas, aquelas responsáveis pela atenção, planejamento e controle do comportamento.
O papel da escola: da teoria à prática
Embora muitas escolas reconheçam a importância da alimentação saudável, o desafio está em tornar esse conhecimento parte da rotina pedagógica.
Campanhas pontuais e cartazes sobre “comer frutas” são importantes, mas não bastam. A criança precisa viver a experiência da nutrição de forma lúdica, prática e intencional.
É aqui que entra o Programa Educar & Nutrir na Escola, que transforma o ensino da nutrição em uma jornada de descobertas.
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As crianças aprendem sobre os alimentos de maneira sensorial, explorando cores, texturas e aromas.
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Participam de atividades de experimentação e desafios interativos que despertam a curiosidade.
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E, o mais importante, entendem o porquê de comer bem, desenvolvendo autonomia e consciência alimentar desde cedo.
Além disso, o programa oferece materiais didáticos estruturados e alinhados à BNCC, garantindo que o aprendizado sobre nutrição também contribua para outras áreas do conhecimento.
Conclusão
O foco e a atenção não são apenas resultados de disciplina ou rotina, são reflexos diretos da alimentação e do equilíbrio corporal.
Quando a escola entende que nutrição também é educação, o aprendizado se torna mais leve, mais prazeroso e mais efetivo.
O Programa Educar & Nutrir na Escola mostra na prática que alimentar e educar caminham juntos.