Introdução

Nos últimos anos, o Brasil tem avançado em políticas públicas que visam promover uma alimentação saudável nas escolas. A cada nova norma, decreto ou programa, renasce a esperança de que as futuras gerações cresçam mais conscientes sobre o que comem.
Mas há um problema que persiste: as leis existem, porém a prática ainda está longe de alcançar as salas de aula.

Falar sobre alimentação saudável é fácil. Colocar isso em prática, com intencionalidade pedagógica e continuidade, é o verdadeiro desafio. E é justamente aí que está o ponto cego de muitas políticas, elas nascem cheias de boas intenções, mas morrem na ausência de aplicabilidade.

O que as leis dizem (e o que ainda não acontece)

No papel, o Brasil é referência em legislações que abordam alimentação escolar e educação nutricional.
Alguns exemplos importantes:

  • Lei nº 11.947/2009, que institui o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), garantindo que a alimentação nas escolas públicas seja saudável e equilibrada.

  • Resoluções do FNDE, que reforçam a necessidade de ações permanentes de educação alimentar e nutricional (EAN).

  • Base Nacional Comum Curricular (BNCC), que traz a alimentação como tema transversal e essencial para o desenvolvimento integral da criança.

Essas políticas reconhecem que alimentação é parte da educação. Porém, a grande questão é: como transformar essas diretrizes em prática pedagógica consistente?

Na maioria das vezes, as ações nas escolas se limitam a campanhas sazonais: “Semana da Alimentação Saudável”, “Dia da Fruta”, “Projeto da Merenda”.

Sem continuidade, sem integração curricular e, principalmente, sem intencionalidade didática.

O abismo entre teoria e prática

O problema não está nas leis, mas na ausência de ferramentas pedagógicas e formações estruturadas que permitam que elas se concretizem dentro da rotina escolar.
Os professores, sobrecarregados, muitas vezes não recebem apoio para trabalhar o tema de forma transversal. Já as secretarias de educação enfrentam a dificuldade de encontrar programas que realmente transformem a nutrição em parte viva do currículo.

Assim, mesmo com legislações avançadas, a educação nutricional continua sendo um conteúdo periférico, e não um eixo central da formação infantil.

Enquanto isso, crescem os índices de obesidade infantil, seletividade alimentar e problemas de atenção em sala, todos diretamente relacionados aos hábitos alimentares; um sinal claro de que informação, sozinha, não é o suficiente sem metodologia.

Por que aplicar é mais importante que legislar

Ter uma boa lei é importante, mas ela só ganha valor quando se transforma em vivência real.
E, para que isso aconteça, é preciso que a educação nutricional:

  • Seja contínua, e não pontual;

  • Seja interdisciplinar, dialogando com todas as áreas do conhecimento;

  • Tenha recursos didáticos e formativos que deem suporte ao professor;

  • E, principalmente, respeite o ritmo e a linguagem da infância.

A criança aprende quando sente, experimenta, observa e participa; e essa é uma dimensão que nenhuma legislação contempla sozinha.

Transformando leis em prática

É exatamente nesse ponto que o Programa Educar & Nutrir na Escola atua.
Ele foi criado para tornar possível o que as leis preveem, mas a prática ainda não executa.

  • Cada conteúdo do programa foi elaborado com base na BNCC e nas diretrizes nacionais de educação alimentar e nutricional.

  • As aulas são semanais, lúdicas e intencionais, com livros do aluno e do professor que organizam o ensino de forma sequencial e progressiva.

  • A criança aprende desde cedo a compreender o que é um alimento saudável, de onde ele vem e como ele age no corpo, desenvolvendo consciência e autonomia.

  • Além disso, o professor conta com formação pedagógica e suporte didático, o que garante a continuidade e aplicabilidade real do que a lei determina.

Com o programa, a escola não apenas cumpre a legislação, ela garante um futuro melhor aos alunos.

Conclusão

As leis que promovem a alimentação saudável são fundamentais, mas sem aplicabilidade, elas se tornam apenas papel bem escrito.
O futuro da educação nutricional depende de como transformamos essas políticas em experiências de aprendizagem vivas, afetivas e constantes.

O Programa Educar & Nutrir na Escola é a ponte entre a teoria e a prática, entre o que a legislação propõe e o que as crianças realmente aprendem.
Porque ensinar nutrição não é cumprir uma norma: é formar uma geração mais consciente, saudável e preparada para o mundo