Introdução
Quando você pensa na rotina da escola, o que vem à mente primeiro? Horário de entrada, lista de chamadas, atividades, avaliações, reuniões… A sensação é de que o dia já nasce cheio, não é? Agora, tente encaixar nesse cenário mais um elemento: educação nutricional, de forma contínua, planejada e significativa.
Numa primeira olhada, parece “mais uma coisa” para a escola dar conta.
Mas, se a gente olhar com carinho, percebe que nutrição não é um extra. Ela está ali o tempo todo: no lanche, na conversa sobre “comer bem”, na criança que não aceita alimentos novos, no aluno que não consegue se concentrar porque praticamente não se alimentou direito.
A pergunta então deixa de ser “temos espaço para falar de nutrição?” e passa a ser: “Como é que ainda não colocamos a nutrição como parte da rotina educativa?”
É sobre isso que vamos conversar hoje: os desafios reais de incluir nutrição na rotina escolar e, o mais importante, as soluções possíveis e práticas.
Desafio 1: Falta de tempo e excesso de demandas
Um dos primeiros argumentos que a gente ouve das escolas é: “Nossa grade já está cheia. Onde vamos encaixar isso?”
A rotina pedagógica é intensa, cheia de conteúdos obrigatórios, projetos, avaliações, eventos. À primeira vista, parece impossível incluir mais uma temática sem sobrecarregar a equipe.
O problema é que, quando a nutrição entra apenas como “projetinho” eventual, ela perde força. A criança até escuta, mas não vivencia o assunto com frequência suficiente para transformar aquilo em hábito.
Solução: integrar, não acrescentar
Em vez de enxergar a nutrição como algo a mais, a proposta é integrá-la ao que já existe.
É exatamente o que o Programa Educar & Nutrir na Escola faz:
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Aulas semanais já estruturadas e alinhadas à BNCC;
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Conteúdos que se conectam com Ciências, Linguagens, Matemática, Artes e socioemocional;
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Atividades que podem ser realizadas dentro do tempo já previsto para a Educação Infantil.
Ou seja: a nutrição não entra para competir com a rotina, e sim para qualificá-la.
Desafio 2: “Eu sei que é importante, mas não sei como ensinar”
Outro ponto real: muitos professores e gestores reconhecem a importância da educação nutricional, mas se sentem inseguros para trabalhar o tema.
Não tiveram formação específica, não sabem por onde começar, têm medo de cair em um discurso moralista do tipo “pode / não pode, certo / errado”.
Essa insegurança é legítima. Nutrição envolve ciência, comportamento, cultura, família… não é um tema simples.
Solução: suporte pedagógico e didático
Aqui, o caminho não é cobrar que o professor “se vire”, e sim oferecer suporte.
No Programa Educar & Nutrir:
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O Livro do Professor traz planos de aula completos, com objetivos, competências da BNCC e passo a passo das atividades;
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As propostas são pensadas por uma nutricionista e mestra em educação (Silvana Pupo), com linguagem acessível e aplicável;
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O professor não precisa “inventar” a aula, ele conta com um material que o guia, sem engessar, respeitando seu estilo de ensinar.
Sem contar as vídeo aulas de capacitação, onde a própria desenvolvedora do material ensina sobre a didática usada nas lições. Quando o professor se sente apoiado, o tema deixa de ser um peso e passa a ser uma oportunidade de aulas mais vivas e significativas.
Desafio 3: Aulas soltas, sem sequência nem progressão
Muitas escolas até fazem ações ligadas à alimentação: um dia da fruta, uma feira de ciências, uma atividade na semana da saúde… Mas são eventos pontuais.
Sem sequência, sem progressão, sem retomada, a mensagem não se fixa. A criança vive aquilo como algo “legal”, mas que não necessariamente se transforma em aprendizagem duradoura.
Solução: jornada de aprendizagem, não ações isoladas
O que faz diferença é construir uma jornada de aprendizagem nutricional ao longo da infância.
No Programa Educar & Nutrir na Escola, isso é planejado assim:
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Infantil 2: primeira transição, contato inicial com alimentos, texturas, personagens, teatro de palitoches;
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Infantil 3: descoberta da origem dos alimentos com a Horta de Brincar (maquete sensorial);
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Infantil 4: compreensão dos grupos alimentares com o Quadro dos Alimentos;
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Infantil 5: autonomia para montar um prato saudável e equilibrado, com vocabulário nutricional ampliado.
Tudo em sequência crescente, aula após aula, ano após ano. Não é um recorte, é um caminho.
Desafio 4: Falta de materiais adequados à infância
Outro problema comum: quando se fala de alimentação saudável, muitos materiais são técnicos, frios ou pouco atrativos para crianças pequenas. Textos longos, figuras pouco lúdicas, linguagem distante da realidade delas.
Sem recursos adequados, o tema corre o risco de virar uma “bronca mascarada”:
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“Você tem que comer melhor.”
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“Isso faz mal.”
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“Isso engorda.”
O que, além de pouco educativo, pode criar culpa e rejeição.
Solução: ludicidade com propósito
A infância aprende brincando, tocando, repetindo, sentindo.
Por isso, o Programa Educar & Nutrir na Escola trabalha com:
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Livros ilustrados, coloridos e afetivos;
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Personagens que fazem parte da “Turma da Educar & Nutrir”;
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Materiais como a horta de brincar, o teatro de palitoches e o quadro dos alimentos;
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Atividades gamificadas, desafios, adesivos, QR Codes com histórias, músicas e receitas.
Não é lúdico “porque sim”. É lúdico com intencionalidade pedagógica, para que a criança goste da experiência de aprender sobre comida e crie vínculo positivo com o tema.
Desafio 5: Conectar escola, família e políticas públicas
Outro ponto sensível: a escola até faz sua parte, mas nem sempre consegue engajar as famílias ou se conectar com o que está previsto nas políticas públicas (BNCC, PNAE etc.). Fica todo mundo “remando” em direções diferentes.
Solução: ser ponte, não ilha
Uma educação nutricional efetiva precisa unir pontas:
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Escola que desenvolve o tema de forma contínua;
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Família que se sente incluída, orientada e acolhida;
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Gestão que consegue mostrar aos órgãos públicos que está cumprindo diretrizes com seriedade e planejamento.
O Programa Educar & Nutrir contribui com isso ao:
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Oferecer materiais que podem ser levados para casa, envolvendo a família;
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Alinhar seus conteúdos à BNCC e às diretrizes nacionais de alimentação e nutrição;
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Fortalecer o posicionamento da escola como instituição responsável, inovadora e alinhada à legislação.
Conclusão
Incluir nutrição na rotina escolar não é apenas colocar frutas na mesa ou proibir certos alimentos. É educar para a vida.
É ensinar a criança a:
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Reconhecer o que come;
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Entender como aquilo age no corpo;
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Desenvolver autonomia para escolher melhor;
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Criar uma relação mais respeitosa com o próprio corpo e com o ato de se alimentar.
Os desafios existem, e são reais. Mas, quando a escola conta com material estruturado, apoio pedagógico e uma proposta clara, a educação nutricional deixa de ser um peso e se torna um diferencial pedagógico e humano.
O Programa Educar & Nutrir na Escola nasceu justamente para isso: transformar uma necessidade urgente em uma prática possível, contínua e encantadora, que cabe na rotina, respeita o professor e transforma a experiência da criança